As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias no acumulado de janeiro a novembro já consolidam o crescimento do setor em 2020. O balanço da Anfavea apresentado na segunda-feira, 7, mostra que o segmento entregou pouco mais de 42 mil unidades no período, o que já supera iguais meses de 2019 em quase 4%.
No resultado isolado de novembro, cujas vendas fecharam em 4,3 mil máquinas, embora o volume represente de 5,8% sobre outubro, ainda é 29,5% maior que o registrado em novembro de 2019.
Segundo a vice-presidente da Anfavea, Ana Helena de Andrade, este é o melhor novembro para o setor desde 2014 e o melhor resultado acumulado desde 2018.
“Essa redução de novembro contra outubro não é nenhum alerta de queda significativa, é uma sazonalidade tradicional para o mês, quando se vende mais colheitadeiras e menos tratores e isso acaba impactando no total”, explica a VP da Anfavea, Ana Helena. “Já esse aumento sobre o mesmo mês de 2019 está consolidando um ano positivo para o setor de máquinas”, completa. |
Nas exportações, o segmento segue o ritmo lento dos principais mercados que o Brasil atende. Embora a indústria brasileira de máquinas tenha registrado ligeiro aumento de 0,9% das exportações de novembro com relação a outubro, o total de 804 unidades é quase 28% menor que as mais de 1,1 mil embarcadas em mesmo mês de 2019.
Com isso, as exportações de máquinas fecharam o acumulado de onze meses com 8 mil unidades, queda de 32,6% sobre as 11,9 mil vendidas ao exterior no mesmo período do ano passado.
“A queda acumulada é em função dos países, principalmente da América do Sul, que ainda não tiveram uma recuperação econômica que impactasse na retomada das aquisições”, comenta Ana Helena.
Contudo, a produção volta a retomar seu ritmo. Em novembro, com 5 mil unidades montadas, o setor de máquinas registra alta de 2,4% sobre outubro e aumento ainda maior, de 13,3% quando comparado com novembro de 2019. No entanto, o setor acumula queda de 15,5% em onze meses sobre o ano passado, ao chegar em 43 mil unidades.
“Apesar de ter voltado a produzir rápido após as paralisações, a indústria de máquinas ainda está produzindo abaixo de sua capacidade. No entanto, os números de novembro já estão indicando um caminho para a normalidade”, avalia a vice-presidente da Anfavea.
ID AGRO, CONQUISTA PARA O SETOR DE MÁQUINAS |
A vice-presidente da Anfavea comemorou a criação do sistema ID Agro, que vai permitir que pela primeira vez o Brasil registre os tratores agrícolas em um sistema, como é feito com automóveis, uma vez que estão sujeitos à legislação já que podem rodar em vias públicas. Segundo ela, o projeto passou a ser responsabilidade do Ministério da Agricultura em 2015, mas desde então estava parado por falta da criação de um sistema informatizado para a função.
Ela conta que neste período, muitos tratores foram apreendidos circulando em ruas e rodovias. Também conta que há muitos problemas com roubo de tratores, o que dificultava a localização do proprietário.
Pela nova regra, cada trator novo vendido em concessionária sairá da loja com um código do tipo QR Code, o qual trará informações sobre seu comprador. A leitura poderá ser feita pelo sistema via aplicativo para smartphones, pelo qual o proprietário também poderá provar que é o dono do equipamento.
“O ID Agro resolve um problema de propriedade, que é bastante sério, e traz algumas vantagens, por exemplo, no custo do seguro, que é muito caro justamente por falta de documentação que comprovem a legítima propriedade. Da mesma forma, também vai facilitar a venda de máquinas usadas, podendo reduzir a zero o risco de comprar um equipamento que não seja realmente de quem o está oferecendo”, analisa Ana Helena.
Segundo ela, o sistema já está funcionando em fase piloto de testes e gradativamente as montadoras vão poder registrar seus produtos e concessionárias no sistema. “Acreditamos que até no início do ano esse processo esteja concluído”, estima.