Venda de motos termina 2020 aquecida com demanda maior que oferta

Venda de motos termina 2020 aquecida com demanda maior que oferta

Venda de motos termina 2020 aquecida com demanda maior que oferta

O mercado de motos terminou 2020 em aceleração sobre rampa ascendente, com forte aumento da demanda de pessoas em busca de transporte individual mais seguro ou para o trabalho de entregas, dois fatores impulsionados pela pandemia de coronavírus que surpreenderam a indústria. As fábricas venderam tudo que produziram e tudo indica que o ano poderia ter fechado com mais de 1 milhão de motos vendidas se a produção no polo de Manaus (AM) não tivesse sido interrompida por prevenção à disseminação da Covid-19 por longos períodos que variaram de um a mais de dois meses, dependendo do fabricante. Durante o ano, não foram poucas as reclamações de consorciados contemplados que estão há mais de quatro meses à espera de suas motos.

Segundo números divulgados na terça-feira, 5, pela Fenabrave (associação dos distribuidores autorizados) com base nos dados do Renavam, no ano passado foram emplacadas 915,5 mil motos no País, número que ficou 15% inferior do registrado em 2019, ou 162 mil unidades abaixo das pouco mais de 1 milhão de motocicletas vendidas no ano anterior, o que equivale a menos de dois meses de produção em tempos normais – justamente o que faltou produzir em 2020. Em dezembro, as 98.831 motos novas licenciadas representaram crescimento tanto em relação a novembro (+10,5%) quanto ao mesmo mês de 2019, com alta de 5%.

Com esses resultados, o ano das motos fechou melhor do que a Fenabrave projetava em outubro passado, quando a entidade estimava queda de 17,7%, com 887,3 mil emplacamentos. Em nova projeção para 2021 divulgada na terça-feira, a entidade prevê que o mercado deverá voltar a superar a marca de 1 milhão de unidades, com crescimento de 17,6% sobre 2020 e a venda de 1,07 milhão de motos, o mesmo número de 2019.

“Assim como os demais segmentos, as motos sofreram com a queda na produção local e na importação de peças e componentes, em função da pandemia. No entanto, ao contrário de outros anos, notamos que houve boa oferta e aprovação de crédito, com taxas de juros razoáveis, o que favoreceu e continua estimulando o aumento de demanda, gerada pela utilização de motocicletas como transporte individual e para serviços de entrega”, avalia Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave.