Por falta de previsibilidade, produtor rural continua adiando a troca de equipamentos.

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Venda de máquinas acumula queda de 6,8%

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A venda de máquinas agrícolas e rodoviárias em novembro somou 3,3 mil unidades, registrando queda de 21,7% em relação a outubro. No acumulado dos 11 meses foram 40,4 mil unidades, volume 6,8% menor que em igual período do ano passado, apesar da safra recorde que se aproxima e de outros aspectos que deveriam favorecer a compra de novos equipamentos. Os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“A venda anual ficará abaixo das projeções, apesar de fatores como a safra recorde, o dólar favorável às exportações e o comércio com a China”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Alfredo Miguel Neto.

No início de outubro a Anfavea revisou a projeção anual de 53 mil para 46 mil máquinas, o que resultaria em queda de 3,6% em relação a 2018. Com o acumulado dos 11 meses a entidade admite queda ainda maior. Miguel Neto atribui o problema à falta de previsibilidade, ao esgotamento do crédito em linhas como Pronaf, PCA (para construção de armazéns), Pronamp e aos juros elevados.

“Em fevereiro, os recursos do Moderfrota devem se esgotar e já não se sabe se o governo colocará mais dinheiro nessa linha. Sem saber o que vai ocorrer, o produtor rural vai usando aquele trator velhinho enquanto aguarda o próximo Plano Safra e adia a compra do equipamento”, explica o vice-presidente da Anfavea.

Até novembro foram vendidos 31,1 mil tratores de rodas, volume 12,9% mais baixo pela comparação interanual. Tanto os modelos até 80 cavalos como aqueles de 81 a 130 cv registraram quedas acima de 18%.

MÁQUINAS RODOVIÁRIAS REGISTRAM ALTA

Apesar de as vendas totais terem recuado, a separação entre modelos agrícolas e de construção mostra que estes registraram alta de 71% ao somar no acumulado até novembro 3,9 mil unidades. O motivo seria a retomada de obras de infraestrutura. A separação dos segmentos mostra que a linha agrícola somou 36,5 mil unidades no acumulado do ano, 11% abaixo de iguais meses do ano passado.

PRODUÇÃO CAI 15,4%, EXPORTAÇÃO SOBE 1,1%

Até novembro as fabricantes instaladas no Brasil montaram 50,8 mil máquinas, volume 15,4% mais baixo que em iguais meses do ano passado. Os tratores de rodas, 34,1 mil, anotaram queda de 25%. Como ocorreu durante todo o ano, essa queda foi em parte compensada por tratores de esteiras (4 mil unidades no acumulado, alta de 7,6%) e retroescavadeiras (5,8 mil, alta de 47,6%). A Anfavea admite que a produção também ficará abaixo das 60 mil máquinas estimadas em outubro. A retração, segundo a Anfavea, não resultou em paralisações ou cortes na mão de obra.

A exportação do setor nestes 11 meses somou 11,9 máquinas, registrando pequena alta de 1,1%. A queda nos embarques para a Argentina foi compensada durante todo o ano pela exportação de tratores de esteiras para a América do Norte. A projeção anual de 13 mil unidades vendidas ao exterior deve ser alcançada em dezembro. Em valores, porém, serão US$ 10 bilhões, 31% a menos que em 2018.

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