De acordo com pesquisa realizada pela Quorum Brasil com mil lojas de material de construção, 58% dos lojistas do setor também indicaram ter expectativas positivas, esperando resultados acima da média em 2020.

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Varejo e indústria de materiais de construção têm desempenho positivo

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O varejo de materiais de construção vem passando por transformações. Com a abertura de lojas de bairro por empresas de home center, como a Telhanorte, a concorrência tende a se acirrar, mas as expectativas para o próximo ano são positivas.

Essas expectativas se baseiam, em parte, nos resultados deste fim de ano. Segundo pesquisa da ABRAMAT, o faturamento das indústrias de materiais de construção cresceu 1,3% em novembro, na comparação com outubro. Na análise em relação a novembro de 2018, o aumento foi ainda maior, de 4%. O faturamento acumulado desde janeiro registra alta de 2,1%.

De acordo com pesquisa realizada pela Quorum Brasil com mil lojas de material de construção, 58% dos lojistas do setor também indicaram ter expectativas positivas, esperando resultados acima da média em 2020. É importante observar que quanto maior a loja e a experiência no setor, maior é esse otimismo, indicando que os fabricantes devem ficar atentos aos menores varejistas, com suporte e informações que ajudem a reduzir o tom mais pessimista.

“Os dados positivos frente aos anos anteriores sinalizam maior nível de confiança na economia e no consumo de um segmento que é muito sensível ao crédito, poder de renda e emprego”, explicou Alexandre Machado, sócio-diretor da GS&Consult.

Os números positivos confirmam a expectativa apontada pela associação de crescimento de 1,5% para 2019. Contudo, segundo Rodrigo Navarro, presidente da ABRAMAT, este percentual pode ser ainda melhor se a média for mantida em dezembro. “Acredito que 2019 atinja um crescimento na ordem de 2%, ou seja, o dobro registrado em 2018”, disse o executivo.

Ele acredita que alguns fatores, como a abertura de novos canais de comunicação com o governo podem ajudar a resolver alguns dos principais gargalos do setor. “Além disso, crescemos em tecnologia com o aperfeiçoamento do BIM, da Indústria 4.0 e reforçamos importantes parcerias com InMetro e ABNT, para auxiliar nas questões que envolvem a conformidade técnica”, explicou Navarro.

Em novembro, quem puxou o crescimento da indústria da construção foram os materiais de base. No mês, a segmentação obteve alta de 0,8% em comparação a outubro e 7,4% em comparação com novembro de 2018. O acumulado do ano registra alta de 3,4%. Já os materiais de acabamento registraram crescimento de 1,7% em relação ao mês anterior e uma leve retração, de 0,7% na comparação com novembro de 2018. O acumulado, de janeiro a novembro, está em 0,4%.

Em relação aos empregos nas indústrias de materiais de construção, novembro apresentou retração em números totais. A pesquisa indica que houve uma retração de 0,3% em comparação com outubro e queda de 0,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O acumulado do ano tem retração de 0,3% se comparado com o mesmo período de 2018.

É preciso destacar que para aproveitar a recuperação do varejo, os lojistas precisam fazer mudanças. De acordo com a pesquisa da Quorum, 68% das empresas do setor não têm softwares de gestão, embora 92% dos empresários considerem isso importante. Isso demonstra que muitos varejistas ainda não deram os primeiros passos para se modernizar e atender às novas demandas do mercado. Serviços relacionados a isso podem cobrir a demanda que esses lojistas têm em termos de parcerias para crescer.

Outro indicador é que a maioria dos varejistas de material de construção ainda não tem um sistema organizado de compartilhamento de informações com fabricantes. 64% dos empresários do setor no Sudeste afirmaram que não compartilham informações sobre vendas e estoques com fabricantes de materiais para construção. A região Nordeste apresentou o pior desempenho neste quesito, já que 81% não realizam o compartilhamento de dados.

A qualidade continua sendo o maior atributo demandado pelo lojista, refletindo a demanda dos seus clientes, já que foi a opção indicada por 41% dos pesquisados. Em segundo lugar ficou o prazo de pagamento, com 33% e, por último, com 26%, está o prazo de entrega.

As empresas menores do setor de materiais de construção mantém certo otimismo, já que em quase todas as regiões do país, com exceção do Sudeste, os varejistas do setor não temem que grandes redes ou home centers venham a retirar espaço desse grupo de lojas do setor. Eles acreditam que há espaço para todos e que sua proximidade e modelo de atendimento são diferenciais que os clientes consideram na decisão

Este cuidado com o cliente é um dos principais pontos das empresas do segmento. 52% dos lojistas de material de construção acreditam que promoções aos clientes são um dos pontos mais importantes do negócio, a frente dos incentivos ao lojista, com 32%, e do treinamento ao balconista, indicado por 16%.

Machado destacou que as empresas do setor precisam aprimorar sua estratégia: “Os dados mostram que o segmento investe pouco em tecnologia, o que é um erro estratégico. Conhecer o cliente é o ponto de partida de qualquer negócio de sucesso, mas não é suficiente para reter. É preciso avançar em várias frentes simultâneas, tais como TI, ambientação, promoção, sortimento e atendimento. A velocidade a ser imposta em cada uma destas frentes será de acordo com a disponibilidade de dinheiro para investimentos”.

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