A produção de caminhões em janeiro somou 8.560 unidades, registrando queda de 18,4% na comparação com dezembro, mas anotando importante alta de 19,4% ante o mesmo mês de 2020, mês que ainda não sofria os impactos da Covid-19. Esse crescimento foi puxado pelos modelos semipesados (2,9 mil unidades, +47,1%) e também pelos leves (1,5 mil, +8,4%) e médios (341, +62,4%).
Os modelos pesados (3,7 mil caminhões produzidos, alta de 6,7%) permanecem como os mais representativos em volume e têm sua produção aquecida pelo transporte de grãos. Os números foram divulgados na quinta-feira, 4, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“O agronegócio continua importante para os modelos pesados, mas o varejo e o comércio eletrônico vêm puxando as vendas desde o segundo semestre de 2020 dos semileves aos semipesados”, afirma Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea. |
Segundo o executivo, a produção poderia ser melhor em janeiro, mas ainda sofre impactos logísticos em razão da pandemia de Covid-19. “É difícil determinar quando acabarão esses gargalos logísticos. É uma situação global, que ainda vai exigir acompanhamento de perto nestas semanas e meses seguintes.
Segundo Bonini, as montadoras vêm adotando estratégias para repor estoques e acompanham de perto a evolução. Ele afirma também que o volume produzido em janeiro pode ser considerado bom, já que algumas montadoras ainda estavam de férias nas primeiras semanas de janeiro.
EXPORTAÇÕES CRESCEM |
Neste primeiro mês de 2021 as associadas à Anfavea enviaram ao exterior 1.370 caminhões. O volume anotou queda de 16,6% na comparação com dezembro, mas alta de 53,4% ante janeiro do ano passado. Os maiores volumes também estão em modelos semipesados (417, +103,4%) e pesados (637, +66,8%).
De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, os números de exportações foram bons em janeiro considerando o cenário ainda impactado pela pandemia e também pelo fato de que algumas montadoras anteciparam embarques em dezembro.
No início de janeiro, a associação dos fabricantes divulgou suas projeções para o ano (veja aqui) e prevê a produção de 135 mil caminhões e ônibus (alta de 23% sobre 2020). Destes, 20 mil serão exportados (16% a mais que no ano passado).
VENDAS INTERNAS CRESCEM 3,5% |
O mês de janeiro teve 7,5 mil caminhões zero-quilômetro emplacados, anotando queda de 23,4% na comparação com dezembro, mas crescimento de 3,5% ante janeiro de 2020. Os semipesados puxaram a alta dos licenciamentos no mês, com mais de 2 mil unidades emplacadas e acréscimo de 24,7% sobre o mesmo mês de 2020. Embora com menor volume (691 unidades), os modelos médios anotaram crescimento de 18,1% sobre janeiro do ano passado.
Os modelos pesados continuam os mais demandados do mercado interno. No entanto, tiveram 3,5 mil emplacamentos em janeiro, uma queda de 8,3% em relação ao mesmo mês de 2020.
“O jogo começou agora, não dá pra inferir conclusões a partir de um único mês. Ainda há muita ‘neblina’ por causa dos efeitos da pandemia e da ausência do auxílio emergencial”, recorda Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. |