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Tudo o que mudou no setor automotivo brasileiro na década passada

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Um balanço do mercado de veículos da década dos anos 2010 a 2019 mostra que muitas coisas mudaram. A crise de vendas iniciada timidamente em 2013 com uma queda se apenas 1% sobre 2012, na realidade era só o começo. Os três anos seguintes levaram a um tombo de nada menos de 45% na comercialização de automóveis e comerciais leves e pesados.

Entre as estatísticas desse período que acabam de ser divulgadas pela Anfavea, o comprador mudou muito. Os carros “pelados” diminuíram sua participação sensivelmente. Itens de comodidade deram um salto. Comparando o primeiro e o último ano da década, câmbio automático passou de 12% para 49% dos veículos vendidos, central multimídia de 3% para 40% e controlador de velocidade de cruzeiro de 10% para 45%. Nada comparável ao ar-condicionado: de 31% para 97%.

Mesmo em segurança houve evolução após airbags e freios ABS se tornarem itens de série, a partir de 2014. Controle eletrônico de estabilidade (ESC, sigla em inglês) passou de 7% para 44%; câmara de ré de 2% para 36%.

Isso não significa que modelos espartanos acabaram. Se a economia voltar a crescer, como tudo indica, é possível o “sonho” do primeiro carro zero km voltar, em parte. Já ocorreu no passado após as quatro crises anteriores a essa. Depois de muito tempo comprando seminovos (até três anos de uso), juros menores podem atrair mais interessados no zero-km menos equipado.

A venda de usados era 2,5 vezes maior que a de novos em 2010. Hoje saltou para 4,1 vezes, mas em 2016 era 5,1 vezes. Também deve influenciar o encarecimento inevitável dos automóveis com exigências de mais itens obrigatórios de segurança, diminuição de consumo de combustível e de emissões nos próximos cinco a dez anos. São tecnologias caras.

O gosto do brasileiro mudou em uma década apenas. Cenário em 2010: hatches representavam 53% do total comercializado e em 2019 caíram para 40%; sedãs de 25% para 21%; picapes subiram de 11% para 13%. Mas nada se compara aos SUVs. No mesmo intervalo passaram de 7% para 22%. Estes continuarão a crescer sua participação, tendo como alvo preferencial os sedãs.

Outra mudança foi na forma de aquisição. No início da década, financiamentos respondiam por 46%, consórcio 6%, leasing 11% e à vista 37%. No fim do período, financiamentos e a modalidade à vista subiram para 53% e 42%, respectivamente, enquanto consórcio encolhia para 4% e leasing, para 1%.

Na grande maioria dos países consórcio nem existe e tende a encolher bastante aqui. Uma das formas saudáveis de crescer é a participação do leasing subir para pelo menos 25%. Nos mercados desenvolvidos chega a 80% ou mais das vendas financiadas. Para o leasing funcionar de modo semelhante a um aluguel de longo prazo, a legislação brasileira precisaria mudar. Trata-se de instrumento valioso para mais pessoas usufruírem carros novos.

O segmento de vendas diretas expandiu-se expressivamente em 10 anos: passou de 23% para 45% de toda a comercialização de veículos. As locadoras representam quase 20% desses 45%; outros integrantes se distribuem entre três níveis de governo, frotistas em geral, produtores rurais, taxistas e PcD (pessoas com deficiência que, na realidade, representam venda a varejo com isenções tributárias de lei).

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