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Pandemia acelerou a mobilidade digital

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O digital vai ser a nova mobilidade?” A provocação, lançada na primeira sessão do Portugal Mobi Summit, não poderia ter resposta mais rápida dos quatro convidados que, a partir de casa, participaram no debate que esta tarde aconteceu nos estúdios da TSF, em Lisboa. Em tempos de pandemia e de distanciamento social, a inovação e as tecnologias mudaram de uma semana para a outra formas de trabalhar, modelos de negócio ou a organização de empresas, revolucionando também a perceção que se tinha da mobilidade. Essa é a convicção de Bernardo Correia, country manager da Google Portugal, de Helena Silva, chief technology officer, no CEiiA, de José Ferrari Careto, diretor da Digital Global Unit da EDP e de Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft Portugal.

“Nunca a transformação digital foi tão importante e tão no topo das exigências como agora”, conclui Bernardo Correia, da Google Portugal. Alguém conseguiria, aliás, imaginar como teriam sido estas semanas de confinamento sem os milhões de cabos de internet a ligar o interior ao exterior? “Com as deslocações limitadas e o comércio fechado, as pessoas recorreram ao teletrabalho e passaram a encomendar online”, relembra José Ferrari Careto. E, na outra ponta, as empresas tiveram de se “reinventar para continuar a vender e a comunicar com os clientes”, explica o diretor da Digital Global Unit da EDP.

Hábitos e tecnologias novas entraram nas rotinas, transformado a organização das empresas, a forma como se trabalha e modelos de negócio. “Estou convencida de que a produtividade através do teletrabalho está assegurada e veio para ficar”, defende Paula Panarra, da Microsoft Portugal.

No pico da pandemia houve até condições para descobrir que, em muitos casos, o trabalho remoto é mais vantajoso do que sair de casa direto para o trânsito. “Não foi difícil verificar que aquelas deslocações, antes vistas como necessárias, podem ser evitadas, criando oportunidades para se cortar nas emissões”, conta Helena Silva, CTO do CEiia – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto.

E até o “conceito de centralidade” entre Lisboa e Porto acabou por se tornar flexível, com a “proximidade digital” a resolver muitos problemas sem a presença física: “São algumas razões que me levam a pensar como a forma de trabalhar e de nos deslocarmos se vai alterar mesmo depois da crise pandémica.”

A necessidade provoca a mudança

Na educação, na medicina e saúde, nas compras online ou no entretenimento, “há mudanças e padrões que se vão alterar a partir de agora”, avisa Bernardo Correia. A necessidade foi a “chave” para a adoção ao digital ser agora massiva, conclui José Ferrari Careto. E, já agora, em tempo recorde, acrescenta Paula Panarra: “O que este período provou também é que a inovação pode acontecer com ciclos de adaptação muito rápidos”, ressalva a diretora-geral da Microsoft, relembrando as aplicações, serviços, produtos ou formas de fazer negócio que surgiram nestas últimas semanas.

São mudanças que levam estes especialistas a acreditar que muitos dos hábitos criados neste período se vão prolongar no tempo. Não significa que o teletrabalho passará a ser a única ou sequer a principal forma de trabalhar: “Acredito antes num modelo híbrido com ganhos do ponto de vista de colaboração, do ambiente e até da qualidade de vida para todos”, remata Paula Panarra.

Os tempos pós-pandemia que se seguem tratarão de demonstrar até que ponto estas projeções estão certas. Até lá, este é o novo normal que entrou nas empresas, nas casas, nos negócios, na mobilidade e até no formato desta terceira edição do Portugal Mobi Summit, o maior evento de mobilidade do país, organizado pelo Global Media Group e pela EDP, que conta ainda com a Via Verde, o CEiiA, a Câmara de Cascais e a Volkswagen como parceiros.

Ao longo dos próximos meses, as sessões vão continuar com debates, entrevistas, webinars e outros tantos eventos digitais. Será assim até o cerco da pandemia se levantar e permitir chegar, por fim, aos dias 8 e 9 de outubro com a Grande Cimeira a acontecer ao vivo e a cores nas instalações da Nova SBE, em Carcavelos, no concelho de Cascais.

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