Microfranquias crescem como alternativa à crise

Microfranquias crescem como alternativa à crise

Microfranquias crescem como alternativa à crise
Calçados Bibi desenvolveu projeto voltado a cidades menores
O pico da pandemia teve um impacto profundo na sociedade e nos negócios. Com a melhora do cenário, especialmente a retomada gradual da atividade econômica e da circulação de pessoas, novos movimentos começam a emergir. Um que começa a ganhar força é o maior interesse por microfranquias (franquias cujo investimento inicial é de até R$ 90 mil). Esse movimento se reflete no maior volume de interessados no tema, na venda de unidades franqueadas e no lançamento de modelos com este perfil por parte de redes tradicionais. Atualmente, segundo a ABF, operam no país 562 redes com modelo de microfranquia, sendo 63% puras (apenas com este modelo)e 37% mistas (com os dois modelos).
“Em outros momentos de dificuldade econômica, o mercado de franquias recebeu profissionais em busca de alternativas de renda, é o conhecido empreendedorismo por necessidade. Agora, algumas redes têm nos relatado esse maior interesse também, especialmente entre as microfranquias. Temos dois perfis principais: os profissionais que perderam o emprego e com o dinheiro da rescisão decidem investir e pequenos empresários que aproveitam a queda dos preços dos aluguéis e a baixa dos juros para abrir novas frentes. Em menor quantidade, temos ainda franqueados que expandem suas operações e investidores em busca de diversificação de seus ativos”, explica a diretora de microfranquias da ABF, Adriana Auriemo.
O cenário macroeconômico é um dos principais impulsionadores com 44,7 milhões de pessoas desempregadas ou subaproveitadas (IBGE, julho) e a taxa de juros básica atingindo o nível de apenas 2% ao ano. O volume de Microempreendedores Individuais (MEIs) cresceu 10,2% no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período de 2019, totalizando 10,3 milhões de registros. Foram 892.988 novas formalizações, um recorde histórico semestral, de acordo com o Portal do Empreendedor.
Já o franchising vem desacelerando suas perdas (30,1%) em junho, sendo que segmentos como Saúde, Beleza e Bem-Estar, Serviços e Outros Negócios apresentaram quedas de apenas 1% e 7%, respectivamente. Segundo o Portal do Franchising (maior site de franquias do mundo em visitação), a busca por microfranquias nos meses de maio, junho e julho foram 14% maior do que nos três meses antecedentes; 40% das páginas mais visitadas do portal são sobre microfranquias e, historicamente, 80% do público que busca uma franquia, declara que tem até R$ 100 mil para investir.
A ABF identificou entre associados ao menos 13 redes que expandiram a venda de unidades de microfranquia nos últimos meses, além de quatro redes tradicionais que lançaram modelos com este perfil. Por exemplo, as redes Acquazero, Ginástica do Cérebro e Pormade apresentaram crescimento na venda de unidades de microfranquia de 40%, 40% e 63%, respectivamente. De outro lado, redes como a Blu Sol Energia Solar, Calçados Bibi, Park Idiomas e Sóbrancelhas lançaram modelos com investimento inicial até R$ 90 mil.
A  Calçados Bibi, com sede em Parobé (RS), desenvolveu o projeto antes de a Covid-19 chegar ao Brasil, pensando em novas formas de expandir para cidades menores que não contam com shopping centers. O município de Uruguaiana foi o primeiro a receber uma loja piloto da Bibi no formato de microfranquia. “Iniciamos as operações na semana em que a pandemia chegou ao País. Com isso, tivemos que fechar a unidade em meados de março. Diante do cenário totalmente inesperado, a inauguração oficial foi cancelada. Retomamos as atividades após 25 dias com as portas fechadas, seguindo os protocolos de segurança repassados pela rede e nos adequando à nova realidade”, revela a franqueada, Jussara Inês Segabinazzi Trojan.
Neste modelo de negócio, a unidade com produtos infantis recebe um mostruário com tênis, sandálias, sapatilhas, bolsas, pulseiras, tiaras e pochetes da Bibi. Dessa forma, apenas calçados e acessórios da marca podem ser vendidos, além dos demais itens e peças de vestuário ou brinquedos que já eram comercializados. Os novos franqueados se tornam os embaixadores da marca na cidade onde atuam. Também recebem apoio com treinamentos, capacitação, auxílio em ações de visual merchandising e gestão de compras, vendas e produtos voltados para o público-alvo da região.

Confira alguns modelos de negócios para ingressar no franchising

Calçados Bibi
Criou um modelo de microfranquia com investimento de R$ 90 mil, com as instalações, soluções tecnológicas, primeiro estoque, capital de giro e taxa de franquia inclusos. Neste caso, o plano de expansão da marca visa a implantação de, ao menos, 10 unidades deste novo formato voltado para cidades do interior, com até 100 mil habitantes. Explorando um conceito inovador e inédito no mercado de franquias, a rede visa levar a experiência e know-how da Bibi para lojistas multimarcas que atuam no segmento infantil e que tenham a mesma essência e valores da marca. Dessa forma, há um espaço reservado dentro da unidade que será exclusivamente dos produtos da Bibi, enquanto as demais áreas da loja vendem roupas, peças e brinquedos para crianças.
5àsec
Desenvolveu o modelo Express, com metragem e investimento menor, de R$ 190 mil, voltado principalmente para cidades menores, com população a partir de 100 mil habitantes. A operação conta com todos equipamentos para limpeza das roupas, porém com uma menor capacidade e tamanho. Para exemplificar essa questão, uma loja padrão precisa de 60 m² a 80 m², já no modelo Express a metragem seria a partir de 45m². O investimento também é menor, assim como a taxa de franquia, capital de giro e implantação. A previsão é de chegar a 100 unidades em operação deste modelo no ano de 2025. Seriam, em média, 20 aberturas ao ano, nas cinco regiões do País.
Água Doce Sabores do Brasil
A rede, que conta com 80 unidades em oito estados brasileiros, sendo três delas neste novo formato, desenvolveu o modelo mais enxuto voltado para shopping centers, galerias e para operação de rua. A Água Doce Express oferece aos consumidores opções gastronômicas com foco em refeições rápidas em porções individuais para o almoço, além de uma seleção dos pratos e drinques que são destaques do cardápio das unidades Master durante o jantar ou happy hour. Em qualquer horário do dia, o cliente pode escolher se prefere uma refeição presencial ou receber o pedido via delivery em casa ou no trabalho. O plano de expansão prevê a implantação de 50 unidades do formato Express até o ano de 2025. Esta é uma alternativa aos que desejam abrir uma unidade da marca com um investimento inicial menor de, em média, R$ 241,8 mil.
Royal Face
Especializada no segmento de tratamentos estéticos em harmonização facial e corporal, a rede possui o modelo Slim para cidades com até 50 mil habitantes. O investimento inicial é de R$ 122 mil e é preciso apenas uma sala de procedimentos estéticos. Para locais de tamanho padrão a partir de 54m². Atualmente, a marca está presente em 10 estados (SP, PR, RS, SC, SE, GO, ES, RJ, DF e MG) com cerca de 80 unidades inauguradas e mais de 120 em fase de implantação em nove estados (BA, AM, AL, CE, MT, MS, PA, PE e TO), com operações em todas as regiões do Brasil. A Royal Face espera ultrapassar 200 franquias em todo o país até o fim de 2020.
Tratabem
Criada em 2012 com o objetivo de formar profissionais credenciados, treinados e especializados no tratamento de água, por meio de cursos específicos realizados na UniGUi – universidade da piscina – da própria iGUi. A loja possui o modelo tipo container em que o franqueado pode instalar em postos de combustíveis, grandes lojas varejistas, dentro de estacionamentos, shoppings e até pedágios. Abaixo envio mais informações sobre a ficha técnica. O investimento inicial é a partir de R$ 68 mil, com taxa de franquia, kit inicial de químicos e acessórios inclusos.