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Lojas virtuais apostam em vendedores parceiros para crescer na pandemia; veja como se cadastrar para trabalhar

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A cada mudança tecnológica, algumas profissões se tornam obsoletas, dando lugar a outras, que surgem com as novas demandas de um mundo cada vez mais digitalizado. O crescimento e a consolidação do comércio eletrônico está entre os reflexos que a pandemia do novo coronavírus terá na sociedade, mas ao que tudo indica, essa transformação não significará o fim da profissão de vendedor. Pelo contrário: grandes redes de varejo têm apostado na parceria com vendedores para aumentar sua participação virtual. Esses profissionais recebem códigos que são utilizados pelos clientes na hora da compra no site, e ganham comissões a cada venda.

A Marisa lançou, no dia 22 de maio, a plataforma “Sou sócia”, que oferece a possibilidade para qualquer pessoa se tornar vendedor da rede por meio do e-commerce. A comissão é de 5% sobre o total da venda realizada no mês e faturada no site. No entanto, segundo o presidente da Marisa, Marcelo Pimentel, haverá ações para incremento dos ganhos das vendedoras.

— No lançamento, fizemos uma campanha de venda incremental, em que quanto mais a pessoa vender, maior será a comissão. Tivemos exemplos iniciais de vendedoras que se permanecerem com a performance atual podem ganhar mais de R$ 1.500 por mês — disse Pimental, acrescentando que, em menos de uma semana do lançamento da plataforma, já havia mais de 4.500 pessoas cadastradas.

Apesar de a iniciativa ter como foco as mulheres, o presidente da companhia explica que homens também podem participar do programa:

— Entendemos que o momento atual é de desafio para todos, mas principalmente para a mulher que precisa se desdobrar em diversos papeis. Homens também podem participar, mas como nosso DNA é de mulher para mulher, o nome tinha que ser “Sou sócia”, já que elas representam mais de 80% da nossa clientela.

A Magazine Luiza também lançou, em 31 de março, a plataforma “Parceiro Magalu”, que tem dois canais: um para pequenos empresários e outro para pessoas físicas. A plataforma permite que essas pessoas criem suas próprias lojas virtuais, com os produtos oferecidos no site da Magalu. Para cada venda realizada, os parceiros recebem uma comissão que varia de 1% a 12%.

— Uma boa parte da população ainda não confia em comprar pela internet, e esses parceiros ajudam a tirar dúvidas e até a escolher os produtos. Ainda tem o contato humano, e a segurança de saber que se está falando com uma pessoa, mas é tudo on-line. Percebemos que os clientes que chegam por esse canal são novos, não navegavam no site — explicou Tatiane Tamires Alves, gerente do Parceiro Magalu.
Via Varejo: trabalho em casa

Depois de anunciar o fechamento de mais de mil lojas físicas em todo o Brasil, em função da pandemia do novo coronavírus, a Via Varejo criou a plataforma “Vendedor online”, para que as equipes das Casas Bahia e do Ponto Frio possam continuar trabalhando de casa. Diariamente, cada vendedor recebe da plataforma uma lista de clientes. O ambiente digital apresenta sugestões de produtos e argumentos de vendas capazes de sensibilizar os consumidores já cadastrados nas lojas. As vendas são comissionadas.

Diversas redes de lojas físicas que desde antes da pandemia já ofereciam comissões para os vendedores que realizassem vendas pelas plataformas digitais também mantiveram as operações neste momento utilizando este modelo. Na maior parte dos casos, os vendedores divulgam entre seus clientes códigos que devem ser informados na finalização da compra. Em contrapartida, os consumidores ganham descontos ou fretes grátis, por exemplo.

Rodrigo Bandeira Santos, vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), afirma que, em um primeiro momento, as redes de varejo se voltaram para seus próprios vendedores e, agora, estão começando a buscar os pequenos empreendedores e os profissionais autônomos para reforçar a equipe de vendas virtuais.

— No futuro, poderemos ter pessoas que vendem produtos de diversas lojas. Serão praticamente pequenos shoppings. Mas esse movimento precisa vir acompanhado de uma profissionalização, seja a partir de cursos on-line, ou da orientação para que virem microempreendedores individuais (MEIs). Os representantes de vendas de empresas como Natura, Avon e Romanel já se digitalizaram. Hoje, vendem por redes sociais — avaliou.

E-commerce cresceu 47%

O comércio eletrônico registrou alta de 47% em abril, após ter queda de 20% das vendas no começo da quarentena. O valor médio das compras, por sua vez, teve aumento de 18%, chegando a R$ 492,43, contra R$ 417,82 na comparação com os primeiros dias de março.

O levantamento é da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a Konduto, que teve como base 25 milhões de pedidos de produtos físicos feitos em quatro mil lojas virtuais, no período de 1º de março a 25 de abril.

— Houve um recuo no mês de março, com as incertezas e as expectativas sobre o que íamos viver, e depois teve um crescimento exponencial. Categorias muito óbvias e não tão óbvias cresceram. Temos um quadro de Black Friday diário há mais de dois meses — afirmou Rodrigo Bandeira, da ABComm.

Segundo ele, mais de um milhão de consumidores fizeram compras pela internet pela primeira vez durante a quarentena, quatro milhões passaram a usar aplicativos de delivery.

— A pandemia trouxe o hábito de fazer compras on-line. Provavelmente, o hábito vai se consolidar, mas a continuidade disso depende de um cenário econômico favorável. Inclusive, com um cenário de saúde pública melhor. Pessoas com medo não consomem — ponderou Bandeira.
Como ser um vendedor virtual

Marisa

Para participar do “Sou sócia”, é necessário ser maior de idade, ter CPF e acesso a uma conta bancária. Para acessar a plataforma e começar a se beneficiar da ferramenta, basta criar um usuário no portal “Sou sócia Marisa” (bit.ly/2ALzWVf). Ao se cadastrar, o sistema vai fazer uma avaliação dos dados e, em até 48 horas, o usuário receberá um e-mail com orientações para concluir sua participação no programa. Essa análise é feita via sistema da japonesa Rakuten, especializada nesta modalidade.

Todos os pedidos da plataforma acontecem no próprio e-commerce da Marisa. Porém, para que a venda do site seja atribuída à sócia, é preciso que o participante compartilhe com a sua rede de contatos (via WhatsApp e redes sociais) o link criado no site com a URL personalizada com seu ID de usuário ou das ofertas com o seu código de vendedora.

Quando o cliente entra no site pelo link personalizado, ele navega normalmente e pode comprar qualquer produto disponível no e-commerce. Toda compra efetuada tem as mesmas formas de pagamento, envio e entrega do site. A comissão da plataforma “Sou sócia” será de 5% em relação ao total da venda realizada no mês e faturada no site.

Magazine Luiza

No caso das pessoas físicas, sobretudo trabalhadores informais e autônomos, o “Parceiro Magalu” permite que todos os produtos oferecidos pela companhia sejam vendidos por meio de redes sociais individuais e aplicativo de mensagens, como Facebook, Instagram e WhatsApp. A plataforma permite que essas pessoas criem sua próprias lojas virtuais, sem custo algum. Após criar a loja no site parceiromagalu.com, o parceiro terá acesso ao catálogo da empresa, dos mais de 15 mil negócios da plataforma e dos pequenos empreendedores.

Para cada venda realizada por esses parceiros, a Magalu paga uma comissão que pode variar entre 1% e 12%, a depender do produto, da categoria a que ele pertence e do volume total vendido pelo parceiro. A partir de R$ 50 acumulados em comissões, o parceiro está apto a receber o valor, que poderá ser depositado em uma conta bancária própria, em uma conta fácil ou em uma conta digital, em até 34 dias.

Como se formalizar

Vendedores virtuais nessas modalidades não têm vínculos trabalhistas. Por isso, é importante se formalizarem como microempreendedores individuais (MEIs). Isso pode ser feito em bit.ly/3gW4pRf. O valor mensal pago nessa modalidade é de R$ 58,25, valor que corresponde aos impostos e à contribuição para o INSS.

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