Demanda por crédito cresce 22% nos últimos 12 meses

Demanda por crédito cresce 22% nos últimos 12 meses

A demanda por crédito no mês janeiro registrou alta de 22% em relação a igual mês de 2020. Na comparação mensal com dezembro, entretanto, o recuo foi de 8% provocado pelos fatores sazonais, conforme Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). O indicador mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços.

No acumulado 12 meses até janeiro, o destaque ficou com o setor de serviços que liderou a demanda de crédito com um desempenho de 62%, seguido por bancos e financeiras (+19%). Embora com alta bem menor, varejo também registrou desempenho positivo, de 17% na mesma base de comparação.

Na comparação mensal (janeiro-dezembro), a maior queda ficou com o segmento de varejo (-30%), seguido de (-27%). Já bancos e financeiras registraram alta de 3%. Este movimento negativo é considerado normal devido à sazonalidade. “Historicamente, janeiro e fevereiro são meses de baixa para o comércio. Não deve ser diferente esse ano, que tem o agravante de menos pessoas consumindo, com maior desemprego e maior endividamento”, observa o diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech, Breno Costa.

Tendência de recuperação mantida

Apesar da conjuntura menos favorável, Costa destaca que a demanda por crédito tem demonstrado consistência na recuperação pós-pandemia. Desde os meses de março e abril de 2020, ápice do isolamento social, a busca por financiamento tem apresentado alta em quase todos os meses, com exceção de outubro (estabilidade), novembro (-4%) e agora janeiro (-8%).

“Há um apetite do brasileiro a crédito. O consumo foi impossibilitado no início da pandemia, o que gerou a forte alta da demanda por recursos a partir de maio. Depois deste movimento, o comportamento está mais tímido, até por conta de toda a incerteza que ainda paira na economia. Mesmo assim, a tendência de crescimento continua”, analisa.

Varejo

Quando observado o segmento de varejo isoladamente, o que se vê é uma retração do crédito para bens de consumo não essenciais. Na comparação janeiro de 2021 com janeiro de 2020, há uma retração considerável do crédito para eletrônicos (-6%), vestuário (-4%), lojas de departamento (-41%) e móveis (-11%). Em tendência contrária, os supermercados apresentam forte alta na mesma base (+87%).

Para Costa, esta retração está relacionada aos fatores macroeconômicos, como alta do desemprego, fim do auxílio emergencial e alta dos preços. “As pessoas estão priorizando os bens de primeira necessidade e adiando as decisões de consumo de bens supérfluos diante do cenário ainda incerto marcado pela segunda onda da pandemia e demora na vacinação”, acredita.