Covid-19 impõe mudanças na mobilidade urbana dos subúrbios

Covid-19 impõe mudanças na mobilidade urbana dos subúrbios

Covid-19 impõe mudanças na mobilidade urbana dos subúrbios

A pandemia de covid-19 trouxe desafios que grande parte dos países nunca se preparou para enfrentar, e isso inclui nações desenvolvidas. A doença e o isolamento social geraram queda na demanda de transporte público, já que muitos funcionários estão atuando de casa. Com isso, vários trabalhadores, principalmente moradores dos subúrbios, foram negativamente afetados pela baixa na oferta desse serviço essencial.

No Brasil, companhias de ônibus reduziram a frota durante o pico da pandemia, já que o isolamento social foi obrigatório na maioria das cidades. E a diminuição parece ter sido acima do ideal, pois eram comuns as notícias sobre a longa espera por ônibus e outros meios de transporte, sem falar na superlotação.

É fato que a retomada do crescimento da economia não poderá se restringir a criar vantagens nas áreas em que as pessoas já têm nível socioeconômico acima da média. As oportunidades deverão se concentrar nos locais onde vivem os indivíduos que mais foram afetados pela pandemia, que são as áreas mais afastadas dos centros das cidades.

Em alguns países desenvolvidos, mas não se limitando a eles, a recuperação econômica precisará considerar alguns fatores importantes.

1. Menos pessoas se deslocando

Com menos pessoas se deslocando nas cidades, o momento não parece propício para grandes investimentos em infraestruturas diretamente ligadas ao trânsito.

2. Populações desfavorecidas estão ainda mais vulneráveis

A maioria das pessoas que vive nos subúrbios tem menos condições para adquirir um carro. Isso significa que o fornecimento deficiente de transporte público gera um impacto ainda maior para cidadãos que já carecem de oportunidades de crescimento.

3. Projeções futuras em desacordo com o crescimento populacional

O isolamento social e a proibição de migração deverão impactar o crescimento populacional no curto prazo. Estatísticas indicam que, em 2040, a população mundial será 4% menor do que se não tivéssemos enfrentado a covid-19.

Esses novos indicadores servirão como base para a disponibilidade de novos serviços de transporte público, o que significa redução dessa oferta em relação ao que tinha sido projetado até 2019.

Investimentos em comunidades locais

A pandemia do novo coronavírus abalou economias em todo o mundo e prejudicou ainda mais os países que já vinham lutando para sair de crises. É óbvio que até o significado de crise é bem relativo, ainda mais nos dias atuais. Muitas gigantes de tecnologia, por exemplo, cresceram substancialmente nesses tempos de oportunidades escassas.

Para amenizar os impactos negativos da pandemia e fomentar uma retomada de crescimento econômico, os investimentos em comunidades locais serão essenciais. Nesse sentido, novos serviços de transporte público deverão ser priorizados nas áreas rurais e nos subúrbios, aproveitando a ociosidade de microempreendedores e a mão de obra já disponíveis nesses locais. É preciso fazer crescer a parte da sociedade que mais “encolhe” em tempos difíceis.

Essa reavaliação de investimentos, se feita com o planejamento adequado, não deverá atrapalhar a retomada de um cotidiano pré-pandemia.