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Conectividade no campo é uma realidade próxima?

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A agricultura digital pode revolucionar o trabalho do produtor rural. Formada por diferentes sistemas operacionais, sensores, maquinários inovadores e diversos equipamentos, ela irá automatizar e otimizar a vida de quem trabalha no campo.

Porém, a digitalização no campo ainda enfrenta dificuldades no Brasil, principalmente na questão da conectividade, pois o acesso à internet é limitado em algumas regiões do país. Se existem problemas de conexão nas áreas urbanas, imagine nas áreas rurais e dentro da porteira. Este é, portanto, um dos mais importantes obstáculos – senão o maior – que a digitalização do setor enfrenta atualmente.

De acordo com dados da última edição do IoT Snapshot, estudo da Logicalis que analisa a adoção da internet das coisas por empresas de diversos segmentos no Brasil e em toda a América Latina, 29% das organizações do agronegócio já utilizam soluções em IoT, e 28% estão em processo de transição ou pretendem adota-las nos próximos 12 meses. Ou seja, mesmo com a carência sobre a infraestrutura de conectividade, o setor busca avançar na medida do possível. Porém, não basta apenas investir nesse tipo de tecnologia. É necessário contar com uma conectividade adequada para obter todos os benefícios dela.

No entanto, isso não depende só do produtor, mas também de arranjos tecnológicos e econômicos entre várias organizações. É esperado que as operadoras capitaneiem as propostas para tais arranjos e que desenvolvam parcerias com agentes públicos e privados. Recentemente, o Governo anunciou a “Câmara Agro. 4.0”, iniciativa criada para discutir estratégias de implementação de conectividade e tecnologias digitais com foco em IoT (internet das coisas) no campo. A intenção do projeto é fomentar a aquisição de tecnologias inovadoras no segmento.

Do lado das operadoras, podemos citar o projeto “4G TIM no Campo”, da TIM. A iniciativa visa a adoção da conectividade no campo, promovendo a digitalização de processos por meio da conexão de dispositivos e máquinas a uma rede 4G na faixa de 700MHz, possibilitando maior cobertura da rede nos ambientes rurais. A operadora também faz parte da associação ConectarAGRO, que congrega importantes empresas do mercado, e acabou de anunciar parceria com o AgTech Garage, hub de inovação sediado em Piracicaba-SP, para fomentar soluções baseadas na tecnologia NB-IoT. Claro, Vivo, Oi e Algar também contam com projetos na área.

Para refletir sobre esta questão, é preciso que o produtor entenda a importância de se investir em infraestrutura e tecnologia da informação. E é aqui que começa o desafio: com tantas prioridades nas diversas fases da lavoura e da pecuária, como aplicação de insumos, consumo de combustíveis, irrigação e uso racional da água, manutenção e troca de equipamentos, controle sanitário e de pragas, enfim, os desafios do dia a dia do campo desde o plantio até a colheita, desde a cria até o abate, tais investimentos acabam competindo por orçamento com outras áreas da produção em si.

Uma forma de enfrentar tal desafio é buscar entender claramente os benefícios que investimentos em infraestrutura e conectividade podem levar a todo o ciclo de produção e em elos específicos da cadeia de valor dos agronegócios. A partir desse entendimento e de um olhar estratégico sobre tecnologia da informação, ciência de dados e conectividade, será possível engajar as empresas e o setor na transformação digital. Não se trata só de questão de dinheiro, mas também de tempo. É um processo irreversível!

Então, quem largar na frente iniciará sua curva de aprendizado antes e obterá vantagens. A adoção de tecnologias e soluções de IoT, big data, data analytics (análise de dados), video analytics (análise de imagens e reconhecimento facial), inteligência artificial, entre outras, fornecerá informações valiosas sobre as operações agroindustriais as quais podem contribuir para o aumento da produtividade, ainda apoiam na redução de custos e riscos de produção.

A conectividade rural ainda tem um logo caminho a percorrer. A agricultura 5.0 já vem sendo anunciada há algum tempo, mas ainda temos que superar algumas barreiras. Por isso, é muito importante continuar promovendo novas tecnologias para o setor. Afinal, as soluções inovadoras são justamente a força motora que irá impulsionar a indústria agro 4.0 e, consequentemente, a mudança na infraestrutura que o agronegócio brasileiro tanto busca e precisa para se tornar ainda mais competitivo e sustentável.

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