Para muitos brasileiros, ter um carro ainda é um símbolo de status. No entanto, para cada vez mais pessoas, ele tem sido cada vez mais considerado como apenas um meio de transporte. Essa mudança de paradigma tem levado todo o setor automotivo a buscar novas soluções de mobilidade urbana, onde o carro deixa de ser um objeto de desejo e passa a ser de consumo.
Além disso, diversos fatores têm impactado na decisão dos clientes. Dentre eles, estão os crescentes custos de compra, manutenção e a burocracia para possuir um carro. Outro motivo é o crescente desinteresse crescente das gerações mais jovens por possuírem um carro próprio. Um estudo realizado em 2019 pela empresa de consultoria Deloitte, indicou que 56% dos jovens brasileiros das gerações Y e Z consideram dispensável possuir um automóvel no futuro.
Recém-anunciada no Brasil, a Flua!, nova empresa de mobilidade da FCA (agora Stellantis), começou a funcionar na última sexta-feira (15). Ela oferece o serviço de assinatura de carros zero-quilômetro da Fiat e Jeep, e já está presente em seis cidades do estado de São Paulo e em Curitiba, no Paraná, com planos de expansão do serviço para mais sete estados até o fim de 2021.
Dentre as opções de carros para alugar, a empresa oferecerá dez modelos, sendo oito deles da Fiat (Argo, Strada, Toro, Cronos, Grand Siena, Doblò, Fiorino e Ducato) e dois da Jeep (Renegade e Compass). Os contratos podem ter a duração de 12, 24 e 36 meses, com franquias de 1 mil, 2 mil ou 3 mil quilômetros mensais.
A opção mais barata entre os modelos da Fiat, o Argo Drive 1.0 — que custa R$ 61.990 para compra — sai a partir de R$ 1.350, com franquia de 1.000 km e plano de 36 meses. Outra alternativa para o hatch é o contrato de 24 meses, que custa R$ 1.510 mensais.
No caso da Jeep, a opção mais em conta é o Renegade Longitude 1.8 flex, que custa R$ 2.100 mensais também no plano de 36 meses e 1.000 km. Já o carro mais caro oferecido pela Flua! é o Compass Trailhawk 2.0 Diesel, no plano de 12 meses e franquia de 3.000 km, que sai por R$ 4.730 por mês.
Todos os valores já incluem documentação (IPVA, licenciamento e emplacamento), seguro com rastreador, manutenção e assistência 24 horas, entre outros serviços. Ao término do contrato, o cliente terá a prioridade para adquirir o modelo alugado, por “condições especiais”. Caso o usuário opte por não manter o veículo, ele deverá ser devolvido para a empresa.
Toyota
Dentre as pioneiras, a Toyota passou a oferecer o serviço Kinto Share no Brasil desde o ano passado. Presente em mais de vinte países, o serviço permite alugar os carros da própria Toyota e também da Lexus, por períodos que variam entre horas até meses. Para a marca japonesa, a iniciativa também procura familiarizar os modelos a potenciais compradores.
Com todas as etapas de cadastramento e agendamento feitas através do aplicativo Kinto Share, disponível tanto para Android quanto para iOS, o serviço já é oferecido em treze estados. O serviço abrange toda a linha de modelos da Toyota no Brasil — além dos Lexus RX, NX, ES e UX — e conta com retirada e entrega feita em concessionárias da marca.
Com tantos modelos em oferta, os preços do serviço são bem variados. Eles vão desde R$ 22,00 por hora, ao optar pelo compacto Etios X 1.5 equipado com câmbio automático — a diária do modelo custa R$ 139,00 — até R$ 799,00 por dia no caso do modelo SW4 blindado — o SUV também pode ser alugado por hora, pelo preço de R$ 119,00.
Dentre as marcas generalistas, o serviço tem também como diferencial a aposta em opções híbridas para atrair os consumidores. Dentre os modelos ofertados, o Corolla Hybrid e o Prius saem pelo mesmo preço. Custam R$ 44,00 por hora e R$ 299,00 por mês.
Volkswagen
Outra marca a apostar no carsharing é a Volkswagen. Lançado em setembro, o Sign & Drive oferece os modelos T-Cross, Virtus, Jetta e Tiguan. Opção mais barata, o T-Cross 1.0 TSI equipado com câmbio automático tem custo mensal de R$ 1.899 por mês durante o período de um ano, enquanto a opção mais cara do serviço é o SUV médio Tiguan, que sai por R$ 3.659 ao mês, em um plano de dois anos de duração.
O serviço da Volkswagen segue os passos da Toyota e é realizado de forma virtual — através do site do serviço (vwsignanddrive.com.br) — até o momento de retirar o veículo em uma das concessionárias da marca. Após o período de 12 ou 24 meses, o carro é devolvido, mas o cliente pode optar por realizar um novo contrato.
Até o momento, o Sign & Drive está disponível apenas no estado de São Paulo, e inclui na assinatura a documentação (IPVA, licenciamento e emplacamento), o seguro, a manutenção preventiva e uma franquia mensal de 1.800 km. Caso haja excedente de quilometragem, ele é cobrado ao final do contrato.
Audi
Além da Volkswagen, a Audi também passou a oferecer um serviço de carros por assinatura, o Audi Luxury Signature. Assim como o Sign & Drive, ele é ofertado em parceria com a Fleet Solutions, empresa do Grupo Volkswagen que atua em terceirização e gestão de frotas.
Ao contrário dos outros serviços, que têm a maioria das etapas realizadas de forma virtual, o Audi Luxury Signature é realizado através das concessionárias da marca. Ao final do contrato, o cliente pode devolver o veículo na própria concessionária onde adquiriu o plano, ou então pode comprá-lo com condições especiais. Com duração mínima de 24 meses, os valores mensais dos planos variam de acordo com os modelos.
A fase piloto do projeto teve início em setembro do ano passado e oferece os modelos A6, A7, Q8 e e-tron (elétrico), em uma frota de 20 veículos. Os valores de assinatura por mês partem de R$ 9.590,00 para o A6, R$ 9.990,00 o e-tron Performance, R$ 10.590,00 para o e-tron Performance Black, R$ 10.990,00 para o A7, R$ 12.590,00 para o Q8 Performance e R$ 13.290,00 para o Q8 Performance Black.
Com uma franquia mensal de 2.000 km, atualmente o serviço só está disponível na região metropolitana de São Paulo. A assinatura inclui despesas como seguro, IPVA e licenciamento. Além disso, também oferece assistência 24 horas e manutenção preventiva, e o cliente ainda tem a opção de adicionar blindagem. Caso o cliente decida por adicionar algum opcional ou ultrapasse a franquia mensal, os valores podem sofrer acréscimos.