Apesar de queda no faturamento, dados de 2020 mostram retomada gradual dos shopping centers

Apesar de queda no faturamento, dados de 2020 mostram retomada gradual dos shopping centers

Os shopping centers brasileiros faturaram R$ 128,8 bilhões em 2020,  o que representa uma queda de 33,2% em relação a 2019. O dado consta do Censo da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e, para a entidade, mostra uma recuperação gradual e contínua dos shoppings, que passaram meses fechados por conta da pandemia de Covid-19 – chegando a perdas de quase 90% em abril deste ano. Para 2021, a projeção é de alta de 9,5% nas vendas do setor.

“Esperamos que a atividade ganhe maior tração ao longo do ano, acompanhando a dissipação gradual das incertezas com a crise sanitária, quadro inflacionário menos pressionado e expansão do crédito e do emprego”, afirma o presidente da Abrasce, Glauco Humai.

Em 2020, foram inaugurados sete shopping centers ante 577 em operação. No entanto, a Abrasce reclassificou alguns empreendimentos e, como resultado, outros 17 foram incorporados à contagem oficial, totalizando 601 shoppings em funcionamento.

Em Área Bruta Locável (ABL), essa expansão representa alta de 1,3% em relação ao ano anterior, com um total de 16,9 milhões de metros quadrados. Para este ano, a previsão é de mais 13 inaugurações, sendo quatro no Sul do País e três divididas entre Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.

O número de lojas também cresceu e chegou a 110 mil, uma alta de 5% na comparação com 2019. Houve, ainda, um crescimento de 2,8% no número de salas de cinemas, totalizando 2.982 unidades. Já a vacância ficou em 9,3% em 2020, contra 4,7% no ano anterior.

O número médio de visitantes ao mês foi de 341 milhões, o que representou uma queda de 32%. O patamar é próximo ao registrado em 2010, quando a média mensal foi de 329 milhões de pessoas.

Em 2020, o setor gerou 998 mil vagas de empregos, queda de 9,4% em comparação ao ano anterior. “As restrições relacionadas ao horário de funcionamento dos empreendimentos provocaram redução de turnos de trabalho, com impacto no quadro de funcionários dos shoppings e dos lojistas”, afirma Humai.

Aplicativos, marketplaces e expansão

A pandemia acelerou projetos dos shoppings voltados para o ambiente digital. Em 2019, 36% dos empreendimentos possuíam aplicativos, mas atualmente esse percentual está em 41%. Também avançaram as plataformas de marketplace: no ano retrasado, apenas 11% dos empreendimentos realizavam vendas por meio desse canal; agora, 29% apostam na modalidade. E o número deve crescer: 59% dos shoppings preveem implementar plataforma de marketplace nos próximos dois anos.

Apesar da crise, em 2020 7% dos shoppings passaram por algum tipo de expansão. Para os próximos anos, 26% dos empreendimentos pretendem expandir. “Esse número demostra o elevado grau de confiança e expectativa na recuperação da economia e do setor de shopping center”, diz Humai. Em 2019, apenas 10% dos shoppings tinham planos de expansão.

A migração de operações gastronômicas para fora das praças de alimentação também se destaca entre as tendências do setor . Em 2019, as unidades localizadas fora da praça de alimentação representavam 27% do total. Em 2020, o número subiu para 38%.